Mario,
Vou enviar o cheque. Quero dizer, eu honestamente acredito que vou enviar o cheque.
É que dessa forma, tenho uma chance. Se eu depositar os 500, a coruja está pelada, não tem mais jeito. Mas se eu enviar o cheque, há uma possibilidade do imprevisível. O dado pode pesar, o cheque pode adquirir pessoalidade, você vai precisar levá-lo ao caixa eletrônico e depositá-lo. Pode ser que algo aconteça e você desista.
Esse é o conjunto de idéias articulado pelo meu hemisfério cerebral esquerdo, dominante e que deseja impor as regras do jogo. Não obstante, consultei o menor.
O menor, do lado direito, não-dominante, diz que você apontou o caminho para San Thiago ao dizer que, se meu dado for incondicional, ele "cria um sentimento de dívida e responsabilidade, que será proporcional à avaliação do que recebe, não do que dá."
Então, o que é que eu ganho? Em um primeiro momento, isso. Saber que você precisará pesar a proporção e arcar com uma responsabilidade. Ao dar, não gerei repouso; gerei, de certa forma, angústia. O que você vai fazer com o dado, ou em suas palavras, quais são as próximas peças do dominó?
Minha dificuldade, agora, são os 500. Como vou mandar 500 paus para você e dizer "puxa, como sou altruísta"? É que, no caminho, vou precisar respirar, letra por letra, o que disse Henri Raymond:
"Quanto mais igual a troca, mais nos entediamos. A dádiva garante a sobrevivência do tempo, desequilibrando a oferta e a contrapartida."
Para dar, incondicionalmente, eu preciso acreditar que vou receber, incondicionalmente.
Suponha que eu dê 500 reais ao meu colega de empresa. Ele é gerente de equipe, como eu. No dia seguinte, por infortúnio, sou chamado pelo RH e mandado embora. Coincidência? Minha amígdala cerebral não vai perdoar. "Viste, tolo, deste os 500 e ainda levaste o bilhete azul. Quem manda ser o moderninho dadivoso?
Dois meses depois, sou chamado pela Amazon, para onde enviei currículo, e sou convidado para ser diretor de distribuição (hei, distribuição é o ponto mais vulnerável da Amazon) e ganhar 4 vezes mais.
Mera coincidência? Coincidência o cátsu, esse é o princípio da dádiva operando no mercado!
Então, Mario, estou a um passo de cumprir minha oferta. Estou me livrando de procurar adivinhar as próximas peças de dominó. Eu simplesmente não preciso saber quais elas são. Esse problema é seu. Meu problema é dar, e acreditar que o círculo se completa em mim. Ter fé, em suma.
Isso é marketing de relacionamentos. Tem gente que acha que é distribuir cartão de visitas. Esperando telefonema no outro dia: "quer ganhar um dinheiro?".
Não, MR é mais do que isso. Nele, dar é o topo da pirâmide. Mas é como você diz, eu preciso aprender um pouco de marketing antes. Meu negócio são os hemisférios. Enquanto eu me livro do esquerdo e fico olhando para o cheque ainda em branco, o que você tem para me ensinar sobre MR hoje, Mario?
Vou enviar o cheque. Quero dizer, eu honestamente acredito que vou enviar o cheque.
É que dessa forma, tenho uma chance. Se eu depositar os 500, a coruja está pelada, não tem mais jeito. Mas se eu enviar o cheque, há uma possibilidade do imprevisível. O dado pode pesar, o cheque pode adquirir pessoalidade, você vai precisar levá-lo ao caixa eletrônico e depositá-lo. Pode ser que algo aconteça e você desista.
Esse é o conjunto de idéias articulado pelo meu hemisfério cerebral esquerdo, dominante e que deseja impor as regras do jogo. Não obstante, consultei o menor.
O menor, do lado direito, não-dominante, diz que você apontou o caminho para San Thiago ao dizer que, se meu dado for incondicional, ele "cria um sentimento de dívida e responsabilidade, que será proporcional à avaliação do que recebe, não do que dá."
Então, o que é que eu ganho? Em um primeiro momento, isso. Saber que você precisará pesar a proporção e arcar com uma responsabilidade. Ao dar, não gerei repouso; gerei, de certa forma, angústia. O que você vai fazer com o dado, ou em suas palavras, quais são as próximas peças do dominó?
Minha dificuldade, agora, são os 500. Como vou mandar 500 paus para você e dizer "puxa, como sou altruísta"? É que, no caminho, vou precisar respirar, letra por letra, o que disse Henri Raymond:
"Quanto mais igual a troca, mais nos entediamos. A dádiva garante a sobrevivência do tempo, desequilibrando a oferta e a contrapartida."
Para dar, incondicionalmente, eu preciso acreditar que vou receber, incondicionalmente.
Suponha que eu dê 500 reais ao meu colega de empresa. Ele é gerente de equipe, como eu. No dia seguinte, por infortúnio, sou chamado pelo RH e mandado embora. Coincidência? Minha amígdala cerebral não vai perdoar. "Viste, tolo, deste os 500 e ainda levaste o bilhete azul. Quem manda ser o moderninho dadivoso?
Dois meses depois, sou chamado pela Amazon, para onde enviei currículo, e sou convidado para ser diretor de distribuição (hei, distribuição é o ponto mais vulnerável da Amazon) e ganhar 4 vezes mais.
Mera coincidência? Coincidência o cátsu, esse é o princípio da dádiva operando no mercado!
Então, Mario, estou a um passo de cumprir minha oferta. Estou me livrando de procurar adivinhar as próximas peças de dominó. Eu simplesmente não preciso saber quais elas são. Esse problema é seu. Meu problema é dar, e acreditar que o círculo se completa em mim. Ter fé, em suma.
Isso é marketing de relacionamentos. Tem gente que acha que é distribuir cartão de visitas. Esperando telefonema no outro dia: "quer ganhar um dinheiro?".
Não, MR é mais do que isso. Nele, dar é o topo da pirâmide. Mas é como você diz, eu preciso aprender um pouco de marketing antes. Meu negócio são os hemisférios. Enquanto eu me livro do esquerdo e fico olhando para o cheque ainda em branco, o que você tem para me ensinar sobre MR hoje, Mario?