sexta-feira, abril 19, 2002

Mas essa deu no nervo! Arquiteto, profissional de comunicação, marqueteiro graúdo e agora me obriga a mergulhar nos alfarrábios para revisar a gênese da memória?

É verdade. São duas - uma memória elétrica e outra química. A primeira agrupa neurônios pelo princípio da excitação (uma rede elétrica ligada). Quando vamos dormir, ela se desfaz. É o que os americanos chamam de working memory. Passamos o dia com ela ativada.

Se acordamos e lembramos de algo, é porque houve síntese química da cola cerebral que garante estabilidade ao circuito. Quando replayed pela mente, lembramos o evento original.

Mas o sono - esse é o ponto chave. Ele apaga a memória volátil. Mas é durante o sono que gravamos a memória duradoura. E aqui reside um segredo. Precisamos dormir para lembrar. No sono acessamos o chip do aprendizado. Durante o dia dizemos "quero lembrar isso e aquilo, por que vou precisar amanhã ou depois". Mas é durante o sono que sistemas independentes, fechados a sete chaves pelo miolo cerebral, decidem o que é importante - e o que não é importante - guardar.

Regra #1: importante é tudo que tem algum vinculo emocional. O resto é tratado pelo miolo como informação - boa informação, é verdade, porém dispensável, não garante a sobrevivência.

Então, vejamos: memória curta, longa e sono. O Persona acabou de ter uma sacada e ligou as 2 memórias com o marketing promocional e institucional, respectivamente (está bem aí embaixo). E o sono, Mario? O que é que no marketing faz o que o sono faz na vida: apaga o lixo da memória volátil e reforça as conexões para o que realmente interessa?

Precisamos saber disso meio logo.